
Liberdade e caminhos
Data 01/05/2016 17:41:07 | Tópico: Poemas
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Ao longo dos quarteirões em ruínas, prédios e casas devastadas, avançamos lentamente, para tomar mais um objetivo. No árduo caminho bons amigos ficaram para trás um deles com uma bala no peito gritando para que prosseguíssemos.
Numa ultima olhada do perímetro vi que não mais se movia, um companheiro igual a mim ficou à beira do caminho.
Ficava difícil manter a coragem para luta, o inimigo espreitava nas sombras, perto das trincheiras, invisível e insidioso discurso fazia.
Ao som dos estampidos crianças corriam com pés descalços enquanto palavras, risos e lágrimas tudo se confunde num esgar nos lábios ressecados por causa do frio.
Todas as esperanças, todo o caos, viaja nos obuses dos morteiros, assobiando sobre nossas cabeças, assustando mulheres e crianças, saindo a procura de um poço, para matar a sede dos lábios ressecados, sob o fogo impiedoso dos fuzis.
De longe espreito o movimento, perscruto cuidadosamente o perímetro, ao longo das cabanas de madeira, enxugando gotículas de suor da testa, vendo longe como a fumaça azulada das lareiras, a liberdade e o caminho a seguir.
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