Disseram-lhe tantas vezes que talvez o Sol não surgiria, Que sobrepor a montanha a passos largos, o outro lado não atingiria... E que a brisa fria, o seu peito congelaria, E que os pés na neve branca apenas afundaria...
Mostraram-lhe que o perfume das rosas, não respiraria, Que a luz do céu distante, jamais em si brilharia... E que os espinhos da Vida, eternamente a machucaria, E que o Amor Maior, acima de Tudo, a abandonaria...
Indicaram-lhe caminhos, feito em sombras, em que se perderia, Que o verde dos campos, queimados de dor, não a sustentariam, E que o canto dos pássaros, em sua memória, não mais ouviria, E que o cristal da sabedoria, em partes, se quebraria...
Nas mãos, Segurou um buquê de flores...
Da inocência de anjos, Guardou as asas em que voaria...
No olhar, A sobrepujança de todas as dores...
E no corpo, A dança volátil d’um acorde em fantasia...