O grande caderno azul - Ultimo capitulo

Data 11/05/2016 15:33:28 | Tópico: Textos

Ultimo capitulo

Manhã de terça-feira no décimo-oitavo dia de março de 2014 - Despertei-me com os primeiros pios de uns filhotes de um passarinho que fez um ninho no poste, em cima do transformador elétrico. Sonhei com Dona Van nua com seu corpo branco, seus pequenos seios seios que intumesciam ao roçar a ponta da minha língua. Meu deus que espetáculo.Ontem ao adentrar no Sebo Poeme-se qual foi a minha agradável surpresa de ver entre os outros exemplares,o livro de minha amiga a poetisa Maday Queiroz - Versos e Sonetos - achei legal,apanhei-o e folhei-o algumas paginas. A esposa do Dono da Farmácia, uma loura séria e circunspecta.
- Nove horas! - diz o meu amigo barbeiro Ritino ao levantar-se do banco onde passou um bom tempo sentado conversando amenidades. Ontem a noite, depois que comprei um pacotinho de suco em pó, resolvi beber uma cachaça na Dona Dudu, nenhum papudinho para me ferrar, apenas José de la Croce.Para minha felicidade Junior. futuro psicólogo, neto de Seu Eriberto apareceu e dialogamos. Ele tem uma impressora, dei-lhe algumas folhas já digitadas com os primeiros capítulos e dos antepenúltimo. estou ansioso para saber a opinião dele., talvez faça a apresentação do mesmo. Lendo e relendo estes escritos,O grande Caderno Azul chega a sua ultima folha, a qual escrevo agora. O rapaz das grades passou ontem, mas a oficina estava fechada - assim me relatou Seu Costa, o barbeiro meu vizinho.Uma sede abusada. Devo digitar e assim formatar um novo livro. Vou ler Soljenitzin, uma viagem a Rússia. Aleluia!Aleluia! Ganhei quinze reais com uma solda - estou receoso que a peça seja aço inoxidável e a solda quebre de novo - Mas Deus é bom. Fico nervosos, a mão treme toda.

Começo da tarde
Meio-dia e meia - Na Praça, apenas esquerdinha,Jailson e cantor degustavam uma garrafa pelo meio. Clarinha conversa ansiosa pela chegada da mãe. Comprei um real e cinquenta de 51 no box de Dona Dudu, que bebo aqui no aconchego do III lar dos Bambas - Minha cunhada dormita no sofá. Soljenitzin me surpreende com contos inteligentes, do cotidiano de um pavilhão de doentes com câncer de todos os tipos, da vida dos médicos e dos enfermeiras - o drama de todo hospital. Muito bom principalmente da medica solteira que teve o noivo morto na segunda guerra, da outra que busca um marido no corpo medico, do cirurgião grandão e dos pacientes com seus tumores, o tratamento quimioterápico e do raio-X - o caso de Schulubin que passou cinco anos sem que os médicos descobrisse um tumor na esfíncter e agora vão opera-lo - fazendo uma colostomia -ou seja a remoção do reto.

Dez. a mar de 2014 / Vila Embratel / São Luis do Maranhão



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