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Data 11/05/2016 17:32:26 | Tópico: Prosas Poéticas

Coube a mim essa

porção de saudade

colhida em unanimidade

quando sustento e personifico

teus beijos em rasgos de amor

e voracidade



Amadureci a paciência

que tempero noite e dia

mal se deite a lua por teus

raios empolgada

Coube a mim

imaginar-te assim

ilibada

colhida entre flores

que desvendam seus perfumes

ao adocicado dia

que faminto se despoja

do tempo irremediavelmente expirado

delicadamente aromatizado

por histórias gentis

que relembrámos a cada

louca meditação

divertida,entusiasmada

e tão inesperadamente apaixonada



Coube a mim

deixar morrer cada detalhe

na religiosidade de minh'alma

quando é célere

uma despedida anunciada

e gerada pela assiduídade

da tua ausência

manuseada pelo esquecimento

das palavras consumidas em banalidades

que regurgito

momento a momento



Coube a mim

Prover-te inestimáveis beijos

em cada imperceptível olhar

tingido de reciprocidade

Adornar-te com versos

sem mais discussões

Desmoronar em ti

nossos frágeis e mútuos sentimentos

apetecer-me até conspirar

entreolhares de consentimento

cingidos a cada passo

soerguidos

delineados

nas aparências deste poema

formado no arquípelago imenso

unificado

pelo nosso flagrante

e minucioso comprometimento


FC


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