UMA SEGUNDA MORTE

Data 18/05/2016 00:01:33 | Tópico: Sonetos

UMA SEGUNDA MORTE

Como se duas vezes morto, o poeta
Cujos versos todo mundo ignora...
Resta-lhe a espera, séculos afora,
D'algum leitor à sua obra completa.

De injustiças a História está repleta.
Quão caprichoso é o gosto, se outrora
O que tinha valor, hoje deplora
Quem uma obra menor faz predileta.

Morre o poeta, muito embora a poesia
Seja a mesma, ante estúpidas vaidades,
Na intenção de sentido onde jazia.

Morre a poesia, enfim, sem mais porquê.
Quando se silenciam as verdades
Na Vida e Obra que nunca ninguém lê...

Betim - 03 10 2005




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