contemplação

Data 18/05/2016 19:34:09 | Tópico: Prosas Poéticas

o rio empurrava o vento com cheiro de maré
ou seria o vento que empurrava o rio
para ter só rio?

estalavam palmas e dançavam, as jussarras,
como a acenar para nuvens que no ocidente
se amontoavam em reunião

festejava, na tarde alaranjada,
um colorido varal e no ar, perfume de lavanda
ria hegemonia

da cadeira, balançando na varanda,
uma senhora engarrafava momentos,
como se o tempo estivesse disposto
a lhe esperar e ela, introspectivamente,
se detinha em cada folha que caia e
em cada sombra que surgia

nada, nada daqueles
olhos se perdia

o vivo quadro, que de longe eu observava e
na época não entendia, na verdade
mostrava que se embriagava, aquela senhora,
de poesia.










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