Quedaram-se todas as estrelas, Daquele céu estonteante, Trazendo-lhe recordações d’uma canção antiga, Onde a lua cheia teimava em esconder-lhe a face, Na vergonha inocente da junção amorosa, Entre o sol e um amor incapaz de ser tocado.
Aos poucos, o silêncio entre os pinheiros invadiu o espaço, Donde, ao certo, caberia o desejo contorcido dos olhares cadentes, Ou talvez, a recordação dos sonhos, retidos entre os dedos, Tornando-lhe musa radiosa, adormecida em véus de saudade e acalanto.
Respiraria, sem dúvida, com o rosto alvo colado no mistério daquela força, Que admirava, insanamente, Observando a loucura pintada ao fundo da retina, Quando palavras mansas encantavam o seu dorso nu, Desabrochado em flor, Para que o pólen se derramasse em seu ventre, Perpetuando um laço de eternidade, De submissão, E rendição....
Ao longe, além do que a vista humana poderia alcançar, Um tapete de flores e ramagens, Abençoava lhe a fronte dorida, Pela sinuosa trilha da vida, Rendendo homenagens ao calor radioso do sol, E ao azul intenso do céu, Feito o sagrado véu, Numa proteção majestosa, contra os rumores do vento, E a força feroz das tempestades....
Provedora de tantos sonhos, Profetizava na quietude de todo bem querer, As trombetas celestiais, O coro de sons e cores... Desterrando da visão humana, Todos os dias apocalípticos...
Como sendo a última chance, Em plenitude, D’um pedido de redenção...
Como sendo o último louvor, Em voz perpétua, Pela soltura e pela libertação...