Soneto L1

Data 25/05/2016 15:20:09 | Tópico: Poemas

Como no cerrado o torto é vestuário
Desenhando no vento árida textura
Rajando o céu em escarlate mistura
O coração na paixão tem imaginário

Eu, na solidão, de imperfeita bravura
Vejo a desdita germinar no itinerário
E o amor em tal solene rito arbitrário
Frustrado pela própria azeda ternura

Fico então no conforto do contrário
Do que no peito me anuncia a tortura
Implorando amor com um destinatário

Mais, que o viver possa ter procura
E a vontade de ter amor seja vário
No afeto o amor no fado é ventura

Luciano Spagnol
25, maio de 2016
Cerrado goiano
Poeta mineiro do cerrado


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