Nem de perto...nem de longe

Data 10/06/2016 13:29:20 | Tópico: Prosas Poéticas

Foi daquele olhar que me despedi

imaginando-te aqui tão perto

encostada a um ramo de afetos

se despindo em fulgôres

matinais

de abraços repletos de amor

tão passionais apertando o pavio

da vida que se esvai nestes versos

quase…quase irreais



Foi a inquieta fantasia deslizando

na mecha dos dias

propagando

e incendiando a silente noite

que inesperamente se avizinha

e nós

momentaneamente naufragamos

na ecuménica recordação escrita no panfleto

do destino onde extraordinariamente

deflagramos cordiais…repletos

numa dosagem prescrita em

memórias entrelaçandas no

calendário que se esgueira no tempo

inexoravelmente



Nem de perto…nem de longe

assim concluímos nossa predestinada

epopeia

vagando pela miragem de um adeus

morrendo a jusante deste silêncio

tão categórico

num tom de luz marginal que ao

nosso redor feliz se estatela

numa brutal apneia



Foi apenas um breve aceno

vagando submisso na aragem

volátil dos dias

ao soar a empanturrada lágrima

caindo na partitura dos rascunhos

onde se acantona teu ser perfumando

cada prolífero silêncio enterrado

na antiguidade do tempo que jaz

cíclico, formal e deslumbrado

FC


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