Data 14/07/2016 18:04:53 | Tópico: Poemas -> Esperança
Aqui onde o verde se torna castanho e o rio rasga a saudade em línguas de terra, lambendo a planície, num enfado tamanho, que consome e ferra os dentes na nossa verdade em jeito de benfazeja monotonia...
Aqui onde o cheiro a rosmaninho se esconde entre os riachos nos penedos, brincando com as estevas, embriagando o caminho onde as azinheiras aconchegam os rebanhos, nas sombras dos medos, num desabafo de alegrias vertidas dos olhos lacrimejantes...
Aqui onde o som da água rumorejante ecoa pelas margens pastosas e férteis, num passo de mago gigante, tornando a imensidão da tristeza, num pequeno casulo de beleza dengosa, aguardando o afago do sol e do céu em cada estrada, em cada cultivo, em cada monte...
Aqui onde vive a calma sossegada, que aprofunda a ternura, despindo-me o poema da vida em farrapos de alma insegura numa prosa doce, mas tranquila, que perdura!