Um Novo Universo

Data 18/07/2016 21:02:02 | Tópico: Poemas

Terno e tocante. Sedoso o lençol
Que primeiro tragou nosso corpos
Desejosos de nós mesmos, do sol,
Do suor emanado das nossas peles
Roçagantes, dos dois peitos pulsantes...

Os cheiros adoçantes, dançantes e maliciosos
Que perfumam o quarto ambiente,
Os ósculos dos lábios, das línguas ardentes,
Encaracoladas, torneadas, entrelaçadas...
Entre as pernas as cavernas "calientes"...

O mundo se acabando do lado de fora.
Dois amantes se matando aqui dentro.
Quedam-se os muros, param-se as horas
Devido as tentações insanas do pensamento...

Dedos deslizando pela textura veludosa dos cabelos;
Unhas, rubras e dengosas, rasgando travesseiros
Lá fora Lua Nova, nuvens em manobras de artifícios, sem aurora,
Sem desperdícios, pois no recanto sacrossanto
O que importa é o sacrifício, a busca do querer mais,
De estar a sós encobertados um pelo corpo do outro
Dentro de uma atmosfera de que o muito é muito, muito pouco...

Uma baforada refrescante insiste e vence
Quando entra lentamente pela velha veneziana
Mas serve apenas de oxigênio para nossa chama
Que queima cobertas, descobrindo vergonhas,
No templo sagrado que é agora a nossa cama.


Enfim um urro quebra a mudez do infinito
Num grito que abala todas estruturas humanas...
É o ápice do amor no seu momento mais belo
Quando, quem quer que seja,
Ejacula uma Via-Láctea no V, no vácuo,
E, num segundo, cria-se um novo... Universo!




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