nostalgia

Data 03/03/2008 00:51:20 | Tópico: Poemas

As cortinas voam soltas
ondulam à brisa fresca
filtrando a luz de cristal convetida à Primavera.

Pinta-se o mundo e as flores
solta-se o perfume breve
que envolve a calma das horas.

A memória decepada
evoca o locus horrendus.
Pombas brancas e morcegos
traçam voos paralelos
cortam o céu nas mesmas asas.
A aparência e a essencia,
caminhos opostos, para o mesmo destino.

Para lá desta rotina
há uma energia estranha
que faz devorar a noite.
Como um lobo solitário
absorvendo o tempo certo,
implorando a luz da lua,
ser livre mais uma vez.
O mais estranho dos vícios,
o que deixou mais saudades.
Quebrar regras e fronteiras,
trocar as voltas ao tempo
e divagar vagabunda
no caminho das estrelas.
<br />Só mais uma madrugada
para que a música domine
o império do passado.
E que o sol se erga bem alto
sem que isso me preocupe.
Como uma trepidaçao.
Abandonar já sem forças
restos mortais de escuridão.

Fecham-se abismos e grutas
esbatem-se as sombras do sonho
e a tarde é verde e luz.

O sol invade as janelas
assalta casas e ruas
apaga as outras estrelas
e demarca os seus dominios.
O oculto que me guia
tem a voz dos meus mistérios.
É uma Lua marinha
que adormece a solidão.


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