
Maitê, um poema para você...
Data 30/07/2016 13:35:18 | Tópico: Poemas
|
Era uma russa de corpo escultural, dizem que trabalhou para a KGB, decifrando o algoritmo infinitesimal, fotografando rostos para um dossiê. Teve tanto êxito entrosada no metiê, quando foi transferida para a Turquia, pena que se aposentou antes dos trinta mesmo se queixando da vida sucinta, que poderia ser quase tudo, menos vazia.
Diziam que usava óculos e cueca colorida, de tanto ódio jamais aprendeu fazer crochê, procurava um amor ideal para encher a vida, mas era uma espiã e seu nome era Maitê. Onde estaria o homem perfeito, seria você o herói da espiã russa teria que ter valor; sequer poderia roncar assistindo TV, mais que tudo deveria ser um bom atirador.
Num stand improvisado no fundo do quintal a espiã atirava em latas de caviar, treinava para lidar com o marido ideal, gemendo ao ouvir cada estampido soar Juntos e alegras tomariam o café da manhã, as granadas guardariam debaixo dos lençóis; depois do jantar, o tremor de febre terçã, mas as ferraduras ficariam nos urinóis.
A morada comum seria uma bela mansão, também poderiam trabalhar com matemática, dos arredores de Moscou teriam bela visão, compilando juntinhos expressões idiomáticas.
O final da historia que foi meio sombrio, não houve heróis para contarem o final, depois de apagar com os dentes um pavio, evitou varias vezes uma guerra mundial. Livrou de explosivos o casco do navio a pique, pisou numa mina terrestre em Moçambique.
|
|