O chamado

Data 30/07/2016 22:53:59 | Tópico: Poemas




Cupido de bronze maciço no tope do mausoléu,
ensaiava gestos discordando com veemência,
da serenidade dos ciprestes sob o mesmo céu,
observados pelo luar cúmplice da complacência.

Noites e noites se passavam cobrindo a herdade,
de quando em quando o vento quebrava a monotonia,
a provocar o arredio dos crisântemos sem maldade,
varrendo a poeira da cruz que o mármore atavia.

Companheiros dos pássaros noctívagos do lugar,
um lírio branco saúda o crepúsculo a suspirar,
trazendo de volta a calma neste campo sem sol.

Sobre a campa ainda enfeitada de tulipas e rosas,
minhas memórias se banham do passado saudosas,
Ela chama na certeza que irei como outro arrebol



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=312366