CALABOUÇO

Data 02/08/2016 00:19:11 | Tópico: Sonetos

CALABOUÇO

Sob o piso, alicerce em cantaria
Cuja humidade sua o extenso arrimo.
As pedras esverdeadas já de limo
E os pés gretados sobre a laje fria.

Aonde jamais chega a luz do dia,
Entre sombras e breus, eu desanimo...
Mesmo o mínimo som passa por mimo
A quem habita só essa enxovia.

Uns camundongos mortos pelos cantos
Fedem terrivelmente no ar parado
Qu'eu insensível tenho respirado.

Todavia, apesar dos maus espantos
E as chagas a exsudar de sangue e pus,
No escuro meu olhar ainda luz.

Betim - 01 08 2016









Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=312441