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 Guardar de tiData 03/03/2008 21:57:56 | Tópico: Poemas
 
 |  | Guardar de ti uma a uma, urdiduras ímpias de palavras.
 A loucura, a sofreguidão, o desvario,
 o desejo declarado,
 o delírio,
 o arrepio,
 a febre urgente escondida em pele de cintura.
 Guardar de ti na mágoa e na penumbra,
 a flama, o fogo posto
 na curva incendiada ao passado contestado em cada ruga,
 rememorar o que esqueço do teu rosto.
 
 Ser escrava de um amo ausente, e de si moura cativa,
 morrer casta na carne, medula em recidiva,
 morrer, contida na alma, se na boca se afila a mordaça.
 Morrer assim, em lisura maior de sede,
 nesta sede imberbe que água alguma,
 de nenhum mar, apazigua, embrandece ou acalma.
 
 Guardar de ti o basto chão que encontrei em teu olhar.
 
 
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