
com o môr sopra contrariar
Data 14/08/2016 08:26:38 | Tópico: Poemas
| Mote:" Saudades" - Florbela Espanca
NOSTALGIA FRIA Saudades não. São em vão Foste brisa na proa no intenso Verão e luar límpido no convés d’ Inverno e vendaval agora que aderno
Esquecer-te? Sim, por obrigação já que o tempo deu-me razão foste o melhor néctar d’amor e a broa na mesa com bolor
Digo-te adeus meu amor, Que parto com a certeza De ter chegado a hora
farei como faço à esplendorosa flor que na jarra perdeu a beleza e triste, conformado, deito-a fora! Manu ------------------------------------------- agora o poema SAUDADES - Florbela Espanca-
Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?... Se o sonho foi tão alto e forte Que pensara vê-lo até à morte Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar Mais saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
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