SENTIMENTOS

Data 16/08/2016 11:26:09 | Tópico: Textos -> Tristeza


Hoje dei por mim saudosista, taciturno, talvez numa mescla de tristeza.
Há tesouros que são incalculáveis pelo seu valor material, histórico ou pela raridade, para mim existem tesouros maiores e mais importantes, não é que despreze os primeiros, que com a crise em que estamos davam-me um jeitão, mas adiante… dizia eu que para mim existe algo que estas relíquias não superam, que são aquelas coisas que nos fizeram e fazem viver, aqueles pequeninos objetos que nos fizeram senhores do mundo quando crianças voávamos ao sabor da imaginação, ainda guardo uma cana com dois panos brancos e quase transparentes com umas pratas dentro minusculamente dobradas e que ao olhar dum lado da cana contra uma luz via mil mundos em sombras arrumados ao outro lado desse tubo, talvez sejam ainda esses mundos que tento pintar ou descrever de uma forma meio atabalhoada, mas rica em imaginação.
Ainda há outros mais fortes, inestimáveis, inesquecíveis e que não podemos recorda-los simplesmente porque não os esquecemos e que estão de tal forma entranhados em nos que já não são amigos, são uma parte de nós, porque já fazem parte do nosso ser, jamais voltaremos a ser os mesmos depois de os ter conhecido.
Tive o privilégio de conhecer essas raridades que me fizeram crescer, que me fizeram viver e que estando longe ou perto a vida sem os ter conhecido não teria a mesma graça, não teria o mesmo valor e certamente nunca chegaria aquilo que cheguei, positivamente falando.
Talvez taciturno, talvez triste, talvez saudoso, ou talvez apenas sinta que essa parte de mim esta a morrer, aquela em que é composta por esses tesouros e me agarre a ela, como um náufrago a uma boia como uma última esperança de salvação.
Seja como for, esteja como esteja não me desviaria um milímetro do que vivi, do que senti e do que convivi, tesouros que serão sempre meus e sobretudo que como disse são uma parte já de mim que não sei se acabará, porque sendo a alma eterna decerto partirão comigo!

F.Serra


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