Bombeiros

Data 23/08/2016 18:01:04 | Tópico: Poemas

Reacende-se o chão patrício
Por entre olhares fumegantes
Mãos livres e ensanguentadas...
Desfolha-se ali o imundo vício
Das mentes queimadas, ignorantes
Vidas vagas de memórias, cremadas

Esses cães de fila, otários indulgentes
Espreguiçados em poltronas suaves
Que gargalham da miséria alheia
Sapatos de polainas, pés quentes
Canalha mãe desses crimes mais graves
Esses ricaços chefes de alcateia

Falta pão na mesa, a história no olhar
Falta o filho, o pai, o grande amigo
Falta... o sentimento amargo da falta
Aos outros do resort à beira-mar
Aqueles que não cheiraram o perigo
Que, em hipocrisia, dão pêsames à malta

A terra chora a perda de quem a pisa
A dor de quem a acaricia e ama
De quem com sorrisos a cultiva...
A terra já nada dá a quem precisa
Nem sequer ouve a quem a chama
Está morta para quem a quer viva

Reacende-se uma lágrima de esperança
Cada dia nasces e renasces Bombeiro
O chão é o teu céu, Vida por Vida...
Reacende-se o sonho de toda a criança
Ser amanhã mais um teu companheiro
Saber que a causa não está perdida


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