escultor

Data 24/08/2016 02:29:30 | Tópico: Poemas






a voz da pedra para a mão
diz: toma a essência
em curvas de criação

em intima confidência
usa o cinzel
e em vicio, finca no veio
no hábil e ágil magma

na pedra
de fora para dentro
concebe, vastos pomos
seios e ventre cheios
olhos em existir silente
rosa dos ventos
no cabelo

na pedra virgem
esculpe, em assaz desvelo

crava o escopro
em lento amaciar
ama pouco a pouco
a lava, fogo de donzela

abre-a, em espasmo, na pedra
o peito, súbito sangue
fervente, alteia e sonha
a tez inundada

do cru laço da vida
na pedra
armada pela mão, um corpo
uma salaz concubina
adornada a vulcão














Dedicado ao amigo Francisco Cogumbreiro, escultor açoreano.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=313324