POR SOB O SOBRETUDO

Data 03/09/2016 19:26:37 | Tópico: Sonetos

POR SOB O SOBRETUDO

Sai dos pés à cabeça bem coberta
Entre veludos, lãs, couros e zuartes.
Digna, esconde miséria com tais artes,
Embora no sorriso haja uma oferta...

Pela rua, ela logo me desperta
Ao ver-lhe os olhos, claros estandartes!
Por sob o sobretudo, as suas partes
Traz nuas à excitante descoberta:

Andou toda a cidade normalmente,
Enquanto se lhe ardia pela mente
A nua pele ao toque do tecido.

Mas, ainda em seu gozo sorridente,
Cumprimentei-a, quase comovido,
Em face d'um prazer despercebido!...

Contagem - 02 09 2016


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