FIM DAS PRIMAVERAS

Data 06/03/2008 12:40:37 | Tópico: Poemas

A imagem plácida
Dos que se foram
Paira sobre a memória
Dos que ficaram.
O silencio contrito
Retrata o veneno
Enclausurado da saudade.
“E nem disseram adeus!!!”
Como num passeio matinal
Entre as flores e os bosques
Esqueceram-se da vida
Entregaram-se a morte.
Não por querença,
Nem por opção,
Mas por chegada a hora da partida,
Eis a aflição!!!
Fato consumado, inquestionável,
Emblema da dor.
Não.
Nem mesmo o não,
Nem mesmo o sim,
Poderia por fim
Ao destino único das primaveras:
As placas de mármore
Sobre os cadáveres sob a terra.
Ciclo arquitetônico da vida,
Fugaz e rica
De feitos e missões cumpridas.
Nem o amor,
Nem o poder,
Nem a paz,
Não há vitória contra esta sina.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=31481