RUMO AOS EUA (CAPITULO2)

Data 07/10/2016 03:24:01 | Tópico: Crónicas

Ali estavamos os tres no aviao, rumo ao desconhecido. Eu me sentia tao estranha! Vazia. Com uma indefinicao dentro de mim. Um sentimento tao estranho.
E entao, o pior aconteceu.
Depois de duas horas de voo, olhei para o rostinho de minha filha, e ela estava cheia de manchas vermelhas, o olho completamente inchado, quase nem abria. A boca inchada. Entrei em panico. Meu marido sempre eh muito calmo, e o equilibrio dele eh muito importante para mim.
Perguntamos se havia algum medico no aviao. E la vem dois medicos, um tira a temperatura com o termometro e ela estava com 40 graus de febre. ELe disse: "Voce tem que parar em Miami e leva-la direto ao Hospital".
Imaginem nossa viagem. Iamos no banheiro do aviao passando agua fria no corpinho dela, tentando diminuir a febre. E assim fomos ate Miami. 9 horas de voo, e o coracao apertado. Tao apertado! Eu ja nem pensava mais em Estados Unidos. Eu pensava em minha filha. Somente ela.
O aviao parou em Miami e fomos os primeiros a descer. Voamos para o banheiro, para dar mais uma vez um banho de agua fria. Chamamos uma ambulancia e a levamos para o Hospital.
No Hospital eu so ouvia os gritos dela no quarto (meu marido com ela, e eu rezando no corredor).
Ficamos no Hospital das 6 da manha ate as 8 da noite. Exames e mais exames ate que descobriram que ela estava com os rins infeccionados. Saimos com ela medicada, fomos para um Hotel dentro do Aeroporto. Nao haviamos comido nada, e nem estavamos com fome. Deitamos na cama e a colocamos no meio . Ela tinha somente 1 aninho, tudo era tao assustador. A ultima coisa que eu pensei era perder minha filha. Aquela noite nao conseguimos dormir direito.
Entao isso me fez forte! De repente nada mais me importava: a mudanca, o Brasil, parecia que eu havia levado um choque na tomada. Tudo que me importava era que minha filha estava bem.
No outro dia entramos no aviao rumo ao nosso destino. Descemos em Detroit. Um tempo meio cinza, era mes de Outubro.
A Companhia havia nos dado um apartamento mobiliado para ficar, ate que nossa mudanca do Brasil chegasse.
O bairro se chamava Royal Oak. Um apartamento bonito, cheio de espelhos na parede, tudo parecia tao grande, diferente.
E ali comecaria mais aventuras.

Aprendemos que viver sozinhos em um Pais que nao eh o nosso, nos torna fortes, com uma sensacao de invenciveis.

Haviamos vencido a primeira etapa...mas teriam muitas ainda! E muitas aventuras.

E na proxima conto como aprendi a dirigir na neve sem saber dirigir (rs), como foi a luta com a lingua, e muitas outras mais!

(agora me deu saudade do meu comeco aqui - a fase do "uia!").


*Mary Fioratti*






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