CÁRCERE DAS ALMAS

Data 06/03/2008 16:20:02 | Tópico: Sonetos

Nas soturnas magias das almas chaves,
Qual algoz voraz em gemido cerra.
Nas presas mortalhas das duras grades,
Lamentando horrores de insanas guerras!...

No funéreo e atroz calabouço no eco
Onde gritos invadem as paredes do ser
Transfiguram gemidos perdidos de afeto
Preso em fios de inútil querer!

Que chaveiro do céu poderá destrancá-la?
E tal qual porcelana, as mortalhas quebrar?
Se de Deus emanar emoção neste altar!...

Quero ser tal menina, de alma lavada,
Quero ser colibri a voar descompasso,
Se ficar pelo mundo revoando no espaço!

(Ledalge,in Sonetos,2006)



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