À MANEIRA DE PESSOA

Data 14/10/2016 21:47:32 | Tópico: Sonetos

À MANEIRA DE PESSOA

Eu, de tanto ser tantos, sou nenhum.
Sou algum que pretende ser pessoa.
Eu sou quem sai de si; quem assim soa,
Embora ser sem ser soe incomum...

Por ter muito de muitos, não sei um
Que seja e seja eu: Outra estranha loa!
Sem mais belas mentiras, uma boa
É o que quero ser a alguém ou algum.

Um rosto n'um retrato em branco e preto
E milhares de poemas bons dispersos...
É quanto deixo àqueles cujo inquieto

Peito teima em viver a escrever versos.
Disparo a flecha sem ver quem atinjo:
Finjo que finjo que finjo que finjo.

Belo Horizonte - 27 07 2011



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