Fim
Data 24/10/2016 23:10:22 | Tópico: Poemas
| FIM
Fim, estarão os dias esgotados para mim? Os sonhos que deixo entre manhãs de primavera No brilho dos poemas que nunca escrevi Que entre muitas tardes desfiava como rosários. Enquanto, só, entre as arvores e os rochedos caminhava. Poucos lerão tamanhos escritos Nestes poucos dias que me restam. Canetas essas, guardam meus segredos.
Sem dar à palavra qualquer repouso. Sabia que o outono regressaria Como escravo ocioso e obediente. E desta manta de retalhos, entre folhas secas, Páginas em branco de uma ilusória aurora Escritos raros. Quantas coisas! Versos de um ser faminto de palavra. Cego, com sentidos, Ecoam nos poemas as vozes do medo, Um eco de fim sem retorno. João Garcez, 23/10/2016
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