
lustre - invernáculo
Data 30/10/2016 15:00:47 | Tópico: Poemas
| Não eras tu a bater à minha porta Nem era eu que dentro te esperava Não éramos nós na tarde morta Nem era nossa a noite que chegava
Não eras tu a falar sem dizer nada Nem era eu a calar o qu’ ainda ouço Não éramos nós a cantiga delicada Nem era nossa a voz funda do poço
Não eras tu que bebias a luz parda Nem era eu que dançava no cigarro Não éramos nós aquela imensa farda Nem era nosso o chão em pó de barro
Não eras tu na trama da passada Nem era eu que atava a tua ferida Não éramos nós na noite que ficava Nem era nosso aquele céu bizarro
Depois esquecemos de lembrar O adeus que nem sei se aconteceu E na garganta da estrada em fogo e ar O desvio do tempo nos perdeu.
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