A Formiga e a Centopeia
Data 31/10/2016 21:47:09 | Tópico: Poemas
| A Formiga e a Centopeia
Por um caminho da mata Seguia a amiga formiga Andando numa canseira Temendo uma zaragata. Ao passar numa clareira Contorceu-se-lhe a barriga, Ficou transida de medo. Viu enorme centopeia, Que descansava da ceia, No seu porte mudo e quedo.
Ao tal bicho avistar Decide o passo estugar. O ruído no cascalho A centopeia desperta: -- P`ra que hei de ter trabalho, Podendo ter-te tão certa? Espera lá que te apanho Com cem patas sei que ganho!
E foi assim de abalada, A correr, cheia de pressa, Ia tão desatinada Que nas cem patas tropeça E nelas fica enredada, Perdendo assim a corrida Que à formiga poupa a vida.
Esta antes assustada Fica agora descansada, Já avista o formigueiro Em seu labor tão ordeiro. Sentindo-se mais segura Para no fim do caminho; Da outra a triste figura Fá-la sorrir-se baixinho.
Juvenal Nunes
Esta fábula em verso é um convite a todos os leitores e colaboradores a dela inferirem a moral que contém.
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