DOMÍNIO PÚBLICO

Data 08/11/2016 19:54:03 | Tópico: Sonetos

DOMÍNIO PÚBLICO

O que escrevo é tão meu que, enfim, sou eu,
Pois, depois de bulir dentro de mim,
Letra a letra traduz-me em não e sim
Cada gesto que alhures se perdeu.

Meu verso, todavia, não é meu.
Não só, ao menos, quando um outro fim
Pretende quem me achando bom ou ruim,
Se põe inteiro em tudo o que me leu.

O que o poeta escreve é de quem o lê.
Seja para encantar a namorada;
Seja para a existência dar porquê.

Assim, nunca é em vão a hora passada
De quem ao ler uns versos tem tesouros,
Visto ao coração letras e não ouros.

Betim - 08 11 2008


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