MISÉRIA HUMANA

Data 13/11/2016 13:18:18 | Tópico: Contos

Centro de Lisboa pleno Verão de Agosto,
Faz se praia no Terreiro do Paço,
Bebe se a brisa ribeirinha.Um mendigo estende se na areia,
Não serão todos os dias que tem um lugar ao sol,
Ao passo que uma pequena cadela rodopia,
á volta da coleira amarela que mais parece serpentina, na mão da sua dona escanzelada ,
Muitos turistas tiram fotos do panorama,
Mais um cacilheiro que parte,
Com uma imponente bandeira verde e vermelha como pano de fundo,
Um guitarrista toca trovas de outros mundos..qual marinheiro de muitas viagens
dedilha a viola como desfia o novelo de suas aventuras ,
Apanho o Bus ,ao que sou interpelado por uma jovem morena,
Diz que não come há 3 dias,trabalhava numa escola mas que agora fechou para férias,
"O trabalho temporário é uma treta!",insiste que lhe dói a barriga,
Que os pais não querem saber dela,que só a souberam fazer e mais nada
senta se perto de mim senta se perto de outra senhora
repete o mesmo queixume estafado,
Já decidi saio na próxima paragem,
Apanho um combóio na Estação de Sta Apolónia,
Para escapar á miséria humana,
Quero dormir também porque só tenho 2 horas de sono,
Esta realidade soa a pesadelo
Sento me na carruagem
Cabeceio de sono, fosse esta viajem o meu melhor sonho

SEMEANO OLIVEIRA






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