INÊS DE CASTRO

Data 17/11/2016 16:54:13 | Tópico: Sonetos

INÊS DE CASTRO

É muita audácia ousar ser tão feliz!
D'um egoísmo ainda maior amar!
Como pelo Mondego ir navegar
Oceanos de tristezas sob céu gris...

Uma fonte de lágrimas, meu país
Tornou-se eternas algas a sangrar
Que ainda hoje meu pranto faz chegar
Às margens d'este rio d'águas vis.

O rio de hoje e a fonte de ontem... São
Do Estige essas águas! Mas que importa?
A vida é sonho e a noite imensidão...

Quem beija a mão da Rainha? Inês é morta!
Manda aos maus arrancar o coração
A dor que nada nem ninguém conforta.

Belo Horizonte - 12 06 1996


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=316299