PÁSSAROS DE PAPEL

Data 18/11/2016 17:27:00 | Tópico: Sonetos

PÁSSAROS DE PAPEL

Menino empina pipa em sol a pino,
Que alta se solta e salta ao léu.
Na hipérbole da linha, chega ao céu
Enquanto o vento a põe em desatino.

Poeta só de ver já se vê menino,
Tão imerso de andar de déu em déu.
Pois lhe colore os versos no papel
O brinquedo d'aquele pequenino.

O vento leva pipa e poeta longe...
Mais pipas vêm tosar com seu cerol
E enchem de cor o céu da tarde ao sol

O tempo passa então sem que se alonje:
-- "Descarrega!" E lá se vai a rabiola...
Pássaros de papel, barbante e cola.

Betim - 07 10 1992


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