INTROSPECÇÃO

Data 22/11/2016 08:02:02 | Tópico: Sonetos

INTROSPECÇÃO

Se fecho os olhos, olho para dentro;
Ouço os ecos do caos que de mim nasce.
Como se além do bem e mal me outrasse,
Assim, enmimesmado, eu me concentro.

Enveredo no pensar no qual me adentro,
A, alterado de mim, ver-me outra face...
Onde a máscara d’outro eu retomasse:
Quem, ao redor da arena, alguém no centro.

Luta de mim comigo face ao Fado,
Fico a monologar à autoassembleia
E alterno dando voz a cada lado.

Sim, observam-me eus vários na plateia
Qual devires a olhar meu eu-passado
Pelo palco onde existo como ideia.

Belo Horizonte – 12 07 1998



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