DAMA-DA-NOITE

Data 02/12/2016 14:55:34 | Tópico: Sonetos

DAMA-DA-NOITE

Eu com ela vez ou outra me deparo.
Tinha sombras escuras pelos olhos
E perfumada ao extremo em santos óleos,
Qual morresse d’amor sem meu amparo...

Alheado em seu olhar de brilho raro,
Talvez me pegue a andar de antolhos
Atrás de si, pois, qual campo de cóleos,
A roupa exuberante lhe reparo.

Não sei por onde andou ou o que procura,
Quem, insone, me fez sonhar fecundo
Diante de seu sorriso de luz pura.

Só sei que me devassa o olhar profundo,
Enquanto me entorpece com brandura
A nuca mais cheirosa d’este mundo.

Belo Horizonte – 10 12 2005


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