QUATRO DE NOVEMBRO

Data 02/12/2016 19:33:38 | Tópico: Prosas Poéticas

QUATRO DE NOVEMBRO

E no dia seguinte e mais um ano eu me sentei de novo no meio-fio...

RUA HUMAITÁ - Estava escrito na placa:
-- "Pedra escura em tupi". -- deixei escapar junto com um suspiro. Eu havia estado n'aquela mesma calçada dez anos antes em outro novembro. Sempre em NOVEMBRO!...

Pensei em tudo que tinha se passado; tudo de bom e de mau. E era tanta coisa qu'eu provavelmente levaria duas vidas para esquecer. Seria uma bênção poder esquecer!
Penso que todos os sentimentos já haviam escalavrado o meu coração: amor, ódio, saudade, angústia, ciúme, esperança, desilusão, fé e, enfim, indiferença. Sim, eu estava pronto para ir-me embora e nunca mais voltar.

Olhei para trás e vi muita verdade, mas a verdade é que eu não pertencia mais àquele lugar.

O sonho havia acabado e a realidade era uma estrada vazia.

Dei alguns passos em direção ao sol que se punhas atrás das serras e senti uma aragem fresca e benfazeja: -- "Em algum lugar perto deve estar chovendo." -- pensei em voz alta enquanto caminhava para a distância.

Betim - 2016


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