Estado

Data 13/12/2016 21:09:43 | Tópico: Poemas

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Já perco de memória os meus poemas.
Já não retenho letras e canções.
Falo com Deus e com os meus botões.
Já adormeço entre noites e penas.

Já não escuto com paciência histórias
de poder, de riqueza e de vaidade.
Já não aceito tanta vulgaridade
que se constrói com loas e glórias.

Vejo morrer amigos e parentes.
Quebram-se as unhas e oscilam os dentes.
Sinto aos poucos que a vida se esvai.

Apenas retenho na lembrança
dos tempos distantes de criança
o rosto e o sorriso de meu pai.

Maria Helena Amaro
12/8/2013

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