Não guardo rebanhos

Data 10/03/2008 17:02:34 | Tópico: Poemas

Não guardo rebanhos no topo de penhascos
nem da imensidão dos mares busco fundos bastos.

Guardo de ti a fome colapsa em líricas d’astros
a explodir-se em magma esculpido, baba de minha boca,
no instante exacto em que me alongo, imensa e louca,
extensa em pranto e logo em risos perpétuos d’alabastro.

Alojo escrínios secretos e lá tiaras fêmeas d’alfabetos,
em resguardo, no recato, aquém d’olhares de comuns mortais:
Sons, vagidos caudalosos, gemidos, frémitos de comum partilha-
os teus gestos, os teus passos, os teus desvarios abissais.

Deliro na eternidade que te ofereço, em cada bruma
madrugada e, da vida não busco glórias outras que não
sejam, lousas da terra, búzios da ilha, corais e brilhos do alto-mar.

[Serena é a olência, de enzima física a fragrância,
líquida a inocência d’águas desposas, destas outras
o sal em que me desnudo lívida e franca de ousar t’amar].




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