O coração Do Poeta

Data 16/01/2017 15:52:30 | Tópico: Poemas

Na paz dedilhada do aconchego
Onde repousa um trôpego pássaro
Que, de vez, foi expulso do Parnaso
No primeiro ato de um deus grego.

Da mesma forma ocorreu ao palhaço
Que não trazia no semblante seu riso
Assim sendo descolorido ficou o circo
E não nasceram flores nos campos de aço.

E os rios caudalosos se tornaram perenes
As manhãs não foram beijadas pelo solar lume
A passarada, tristonha, em harmonias solenes,
Deixaram ao relento seus rebentos implumes.

Os eflúvios das rosas perderam seus perfumes
O orvalho pela relva se dissipou na madrugada
E o coração do poeta que nunca acha pousada
Lambe as feridas em outras plagas... como de costume.









Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=318984