Solo do manatim

Data 19/02/2017 19:46:00 | Tópico: Poemas

Era uma esfinge estranha
no alto do seu pedestal.
Nascera com um invulgar dom
encostado à sua voz.

- Dentro da sua timidez
deixara as perguntas para trás -

Com clareza cantava
duras dores,
ensombrando os pobres de espírito
estrangulados com a sua beleza.

Importava-lhe o seu lado felino
na imprecisão do abraço,
na eminência da ferida
às garras dos homens.

E a cada resposta errada com triste sina,
no calor das melodias que criava
num mero segundo ausente,
infinito.





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