A SOLIDÃO

Data 11/03/2008 23:42:57 | Tópico: Sonetos

Eu beijo a boca da solidão!
E lhe mordo a língua indecentemente...
Escorro saliva, dos meus lábios sem perdão...
Eu beijo e mordo a boca simplesmente!

Eu cuspo o orgasmo d'ambição!
Não quero manchar meu próprio seio...
Não quero gritar desesperadamente, senão
Beijar a mão tão nua em permeio!

Então, já no marasmo das querelas
Saio sorrindo sem medo e agora
Meu beijo é como o gostoso veneno

Que mata, entorpece e em segredo
Eu beijo o meu conflito de outrora
E solto vísceras pelas janelas!

(Ledalge,11 de março de 2008)





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