Medo de virar pó
Data 27/02/2017 09:26:43 | Tópico: Poemas
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Tenho medo de tornar pó Só porque pó é feito De infinitos e defeitos É só o que sinto ser eu,
Visto o que não existe O tamanho do fato e o sapato, São doutrem, exagerados Os punhos e a alma se fosse real
Igual ao dó que tenho De mim próprio, todo falso Eu e ele até à raiz do cabelo, E eu o defeito que janta comigo
Tenho medo de virar pó Sendo dois o trigo e eu agora, Confessou-me à tardinha, Lembro-me tão bem, fosse ontem
Seara que o vento leva, Do mesmo mal que me dói, Amei tanto de tanta coisa, Lancei flores como tanta gente,
Ao vento a ilusão também, De ser perene eu aqui ou vagar Pra ser estrela de manhã à noite, Passei sem ser, não vou ficar
Visto que não existo, Só o medo de virar pó Eu, quem pensou ser pessoa-una Da manhã, de tarde confundo-me
Com o disfarce que uso Carnavalesco (um nada-ser) O tudo-eu alheio, falso Xerox-cópia.
Tenho medo de tornar pó, Só porque pó é feito do que sinto, Sobretudo raízes e signos, instinto ...
Jorge santos (02/2017) http://namastibetpoems.blogspot.com
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