A solidão na velhice

Data 02/03/2017 14:19:12 | Tópico: Poemas


Nas vagas horas do tempo
Ouve-se o barulho do silêncio
Embutido à mesquinhez dum velho
Entregue à solidão da sua casa

Ouve-se o quebrar do silêncio lá fora
Junto à sua porta, prisão do tempo,
Tempo que esmoeu sua juventude
E fez os passarinhos baterem asas

Bateram asas pra longe do ninho
E no interior do ninheiro abandonado
O silêncio se amarra à solidão
Nas faces enrugadas dum velho

Velho como o tempo
Amarrado à porta da sua casa
Que matem sempre fechada
E aberta após da morte do inquilino

Adelino Gomes-nhaca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=320876