
Quando eu disser adeus...
Data 13/03/2017 19:08:50 | Tópico: Prosas Poéticas
| Quando disser adeus Esvazio pra sempre todos os paladares fluindo e Palpitando em cada beijo que deixámos coexistindo Colhendo as essências de um vinculado adeus Incompreendido, submisso…preterido
Quando disser adeus Pode até o tempo parasitar nos meus silêncios Que eu descobrirei como embelezar as falésias De cada desejo latindo pernicioso Infringindo todas as leis de amor moldadas num beijo bruxuleando vertiginoso
Quando disser adeus Refresco teus aromas intensos reflectidos No calendário dos tempos Primavera que chegará caudalosa Verão aplaudindo a vida numa homenagem escandalosa Outono depois sei que virá repercutindo o amor De forma escrúpulosa E depois de todos…o nosso Inverno escrutinando O adeus frio, marginal alimentando o carrilhão Das horas fugindo lentamente graciosas
Quando disser adeus Relembro-te se puder aquele exaurido momento Transladado no tempo Embalo-te todas aquelas ilusões sapateando no Palco de muitas insurreições
Quando disser adeus Será definitivo…sem prazo de validade Instante suspenso no tempo…intuitivo Tácito lamento penitente e homogéneo Paciente lágrima rolando no timbre de um eco conivente
Quando disser adeus Nem o silêncio será fugaz nem a morte audaz Pois ficaram por galardoar cada dia de vida Aplacada felicitando e fitando a sintaxe das minhas Preces estocadas com esmero ante um Amén Exilado na arquitectura de tantas orações delicadas
Quando disser adeus Tudo ficará igual, hoje, amanhã e depois Na elasticidade dos tempos que se iluminem As roupagens das nossas crenças e ilusões Que se registem as dores renitentes…fardo Da alma edificada num sonho assim penitente
Quando eu disser adeus…e tenho que dizer adeus, Tombo até sobre a tumba dos silêncios ateus Evoco a preceito o sentido deste verso Expelido, converso…iminente descalço e plebeu Suprema vénia esculpida na sintonia onisciente nos Beijos que se apressam…antes do adeus…oh, meu Deus Agora sei…tão impotente
FC
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