HABITUADO

Data 15/03/2017 00:45:35 | Tópico: Sonetos

HABITUADO

Retorno, como d'hábito, ao boteco
E lá peço o de sempre, salivando...
O amargo desce a goela requeimando
Se no palato a língua estala a seco.

Sentado à mesa posta já no beco,
Eu olho em roda a rua quando em quando
A ver as raparigas vir em bando,
Enquanto o chope escorre do caneco.

A tarde aos poucos cai entre edifícios,
Indiferente aos meus antigos vícios
Ou ao meu descaramento contumaz.

E ria de mim mesmo feito rico
Se por uma hora ou duas beberico
Com tudo que na vida mais me apraz!

Belo Horizonte - 05 05 1998


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=321438