Às vezes ...
Data 09/05/2017 18:26:29 | Tópico: Poemas
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Às vezes, o que resta na mão nos foge, Tal e qual como num livro a palavra fim, Sinto um vidro fosco ente mim e essa luz Que me foge sem razão, sinto que flui ao Escrever mas não é certo, é uma imposição
Não o destino, porque pra isso não fui criado, Escrever e ter as mãos caídas é disparate De louco, ter tanta coisa à mão e não ter na Mão nada, nem amor próprio, tanto quanto Glória, fama ou sorte, quem dera não ser
Quem sou, mãos caídas solicitando ilícito Parecer a prazo ou o aval de quem passa Sem sentir passar pla alma dele o meu ser, O estranho é não me sentir culpado da inércia, Mesmo quando foge desta mão tudo
E eu sofro por isso, mas apenas um instante, Assim como não ter uma coisa qualquer Quando se quer tanto ter sem saber qual querer, A sombra ou o seu suporte, a branca parede. Às vezes, o que resta na mão nos foge
E eu sonho que sou o fio de água que flui e une As sucessivas sensações que minha'alma consente, Pois que verdadeiramente nada me foge, Nada me dói, nada me prende, Pertenço ao caminho e se me ergo é por
Imposição do mesmo ou por castigo Aos deuses que renego.
Joel Matos (05/2017) http://joel-matos.blogspot.com
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