Ao meu Freud

Data 13/03/2008 11:03:26 | Tópico: Mensagens -> Amor

Amor:

Atravessei desertos, tempestades de gelo, caminhos de ferro, pistas de aviões só para conseguir ter a experiência que tens para te escrever esta carta. Sentei-me então, por fim, no teu colo, desenhei-te os contornos em letras e saíram-me estas palavras.
O Al que me perdoe o atrevimento, sempre soube que era ele a minha alma gémea mas contigo é diferente.
Ele dá-me calor, tu dás-me frio, ele dá-me sofás tu dás-me carpetes (dos ciganos), ele dá-me chá e tu dás-me um copo de água e vá, eu gosto também de coisas demasiado simples.
Hoje quando descobri que para ti tanta amizade te faz espécie decidi dedicar-me mais, despi a minha camisola, enrolei-me no lençol e esperei que voltasses para a minha vida e me visses descomposta, sempre foi tua intenção (não digas que não!) mostrar-me a tua barriguinha de cerveja, pensei que poderia ser hoje.
A tu receptividade já se esperava, ao ver-me naqueles preparos abris-te uma garrafa de vinho do porto, colocaste na rádio uma musiquinha brasileira em honra dos lusopoetas do Brasil e aos goles de Porto dançamos o Samba.
Depois, tropeçaste no tapete e adormeceste agarrado aos meus chinelos de quarto.
Eu? Fiquei ali a sonhar com Al como nunca havia sonhado, dei-me conta que por muito que não o queira, que caminhe, é até ele que me levam todos os caminhos.

Ao meu Freud...

P.S. Al, saudade!


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