
Diga-me, a que?
Data 13/01/2007 14:40:00 | Tópico: Textos
| A que, me imolar, sustentar-me á antitese, de facto, absurdo, Reputar um “dogma”, ínfimo, que por tão pouco, não me coube Temendo inexistentes leis, por (que) migalhas imprestáveis? Entregar-me como pedestal de um nado-morto, por sobre um lodaçal A que, nutrir-me de uma dor estranha, repetir atitudes, gestos, maneiras, Navegar o vazio, naufragar na escusa... Para passar a vida esquecendo o que intento esquecer? A que, sustentar fragmentos, estilhaços, amor sem volume, Remotos carinhos, refugos teus donde hão de vir? A que? Diga! Para ouvir a voz ecoar da pedra, mentira crua, tua. Responder às carícias malogradas. Consolar-me á desdém de tuas juras? A que, dar-me a um ser ausente, ser-le-ei pessoa ou absorvente? Transigir-me com teus abrolhos, ser-te um escárnio. Converter meus pensamentos somente em ti, ser só. A que? Para ver meu ramalhete, a ti despojo Te sujar o chão de perfume? Diga-me, de que vale, Tornar-me as pétalas, que teu ser pluriforme, vexas por entre as ruas, telhados e cantos? A que, me quedei de mim, por ti, fiz descaso do meu eu. Diga-me, a que?
"Dueto, Edileia e Junior."
"Fora uma honra poder participar deste texto."
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