O Ataque dos Zeros a Esquerda (ou Fábula pseudo situacionista contra xerocadora que existem dentro de você)

Data 26/03/2017 06:05:58 | Tópico: Textos -> Surrealistas

Prólogo: Eles estão vindo aos Bandos pois estavam de “Bob”, mas se irritam fácil, estão se reunindo na praça Central do universo (é o que eles achavam).

No início eram 3, um fazia um Beatbox e os outros dois discutiam no freestyle, aos poucos foi chamando a atenção de outros Zeros a Esquerda, que já vieram com as caixas de som, o amplificador e os microfones. Neste ponto já eram 20. Passado uns minutos chegaram mais 2 Zeros, 1 com uma mesa de som e o outro trazia uma bateria em sua Kombi. Desse ponto em diante começou a chegar um monte de Zero a Esquerda que escreviam poesia, também chegou uma banda e depois começaram os discursos que no começo eram apenas de 15 minutos, mas o seguinte demorou 22 dois minutos e o terceiro já foi para 67 minutos. O último Zero a chegar teve a idéia de trazer a cerveja que estava gelada pacas, não prestou, ele deixou de ser o último Zero a Esquerda a chegar, pois não parava de chegar Zeros que não estão a direita da galáxia. Com suas barracas de artesanato aritmético, seus instrumentos feitos com logaritmos, um mais puto que o outro com suas circunferências ovais e outras desculpas esfarrapadas. Neste dia proclamaram o dia Universal dos Zeros a Esquerda. Credenciaram a data na Secretaria de Danância e assuntos afins, mas deixa esse papo de lado, pois o que importa é que estavam se organizando e queriam preparar um ataque maciço contra força de vontade, o que mais podiam fazer? Eram apenas pestes imbecis.

A Discurso teve início pelo Zero mais próximo da vírgula: “Companheiros! Eu tenho a palavra e vos digo, quer dizer, digam, não ao trabalho como trabalho, puxem a sardinha para o ócio e a coisa do gênero todo, como a preguiça e assim alcançarmos o tanto-faz eterno que será a salvação estática para a nossa condição física, onde ela se torne apenas um foda-se, estilo uma coca sem gás ou gelo-seco ao meio dia no calçadão de Bangu! Sacaram a minha raiva? Sacaram do que fui feito? Sou o somatório do expurgo, filho de Rasputim, assim como vocês e que seja louvado seu nome”

Bastou esse discurso para 3 milhões de Zeros a Esquerda, provenientes de todos os cantos do universo, se mostrarem furiosos e queriam atacar, só faltava descobrir o que deveriam atacar.

Zeros Unidos são Piores que chá de Boldo
O Circo estava formado e eles sabiam o que tinham que fazer, eles deveriam atacar a sociedade, mas não sabiam qual setor, uns disseram para fazerem saques ao banco Central, outros nas Fábricas de enlatados, e tinham mais alguns que preferiam começar atacando o Cais, mas no fundo tudo isso eram idéias sem fundamentos, eis que o Zero mais à Esquerda de todos sugeriu para atacar os orfanatos, lar das pessoas sem futuro, e por serem utilizadas em campanhas de fachadas que apenas lucram com a miséria das mesmas.

Bom pro mundo, será?
São Cosme e São Damião que apesar do nome, bobos, eu digo que eles não são, decidiram intervir pois são os protetores dos moleques e das moçoilas e Chanceler da Docelândia, logo convocaram o Sete para trocar um lero com os Zeros.

E como Termina?
Os Zeros vinham numa marcha frenética em direção ao primeiro orfanato e eis que avistaram o Sete na frente do portão, batendo palma.
Zeros a Esquerda: Sai da Frente Sete seu número esnobe e cheio de razão.
Sete: Sim Senhores e parabéns!
Zeros a Esquerda: Parabéns? Por quê?
Sete: Pois finalmente acharam um mote para vida e não mais serão considerados “Zeros a Esquerda”. Bom... TRABALHO...

Os Zeros se entre olharam com os olhos arregalados e perceberam que haviam perdido sua falta de motivação, eles estavam num paradoxo e começaram a lutar entre si. No final havia apenas um único Zero a Esquerda da história, parado em sem vontade alguma de fazer mais nada.
Se há alguma moral nesta fábula é que se você se sente um Zero à Esquerda na vida não procurem outros que reafirmam essa condição, há uma possibilidade infinita de números para se combinarem.

Rio de Janeiro em Algum ponto do Século XXI do Livro Gênesis Androide



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