Calo-me, e arrecado todo o desprezo

Data 06/04/2017 10:41:00 | Tópico: Poemas


Se me falta bom senso
É porque não penso
Nem pertenço
Ao mundo que defenso

Quem sou eu afinal neste mundo extenso?
Quero saber e não me canso
Nem descanso
Enquanto não me dizerem onde pertenço

Procuro saber quem sou, e nisto penso
Com o cintilar das estrelas no céu extenso,
Mas esta euforia, eu não alcanço
Enquanto não souber onde pertenço

Abismado, as vezes penso
Ser ínfima parte do sol suspenso
Nas coordenadas do vazio extenso,
Mas este matutar me deixa propenso

Ao mutismo do homem inconfesso
E ao dizer expresso
Em seu rosto de olhar intenso,
Calo-me, e arrecado todo o desprezo

Adelino Gomes-nhaca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=322294