
As Dores da Escravidão ( Dia de Castro alves )
Data 14/03/2008 16:51:46 | Tópico: Poemas -> Sociais
| <br />Mercêdes Pordeus Recife/Brasil
Eles vieram de tão longe, traziam consigo o medo, As incertezas eram suas companheiras desde cedo. Traziam o sofrimento antecipado dos seus receios E as dores dos açoites, que já sentiam nos navios.
Mal chegavam, já eram analisados como animais, Vendidos como meras mercadorias, artigos banais. Trabalhavam duro e sofriam o peso da escravidão, A cada chicotada e a cada açoite, a dor da solidão.
A cada ano as esperanças da liberdade se dissipavam, Os seus filhos nasciam e naquele regime continuavam. Enquanto os mais velhos as dores do flagelo sofriam, Os ecos da noite nos traziam os sons dos que gemiam.
Ao longe era refletida desses ecos a repercussão E o reflexo do som trazia a forte dor da servidão. Pelo negro, no nosso país, através da escravidão De terras longínquas a saudade do seu natal torrão.
Mais navios negreiros que aportavam e a história se repetia Movimentos no Brasil a escravidão, aos poucos, se extinguia. Castro Alves o poeta abolicionista que os seus ideais escrevia, Vozes da África, Navio Negreiro, Os Escravos, primeira poesia.
O poeta abolicionista marcou época com sua primeira poesia Mais um nordestino que com força e garra, nascido na Bahia, Seus estudos de Direito na Faculdade de Recife realizaria E o seu grande apogeu no Rio de Janeiro, ele consolidaria.
Vinte anos se passaram após a morte do grande Poeta Para se realizar seu almejado sonho, seu grito de alerta, Decretada extinta a escravidão e o grande Brasil desperta Na Lei Áurea está implícita a nobreza da alma do poeta.
26.12.2005
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